Desvendando o determinante da matriz triangular
📌 O determinante de uma matriz diagonal ou triangular é simplesmente o produto dos elementos da diagonal principal.
Mas não vamos apenas afirmar. Vamos demonstrar isso com rigor, utilizando a clássica e poderosa expansão de Laplace pela última linha, uma abordagem tão elegante quanto eficaz.
📐 Começamos pela matriz diagonal
Considere a matriz diagonal:
\[ D = \begin{bmatrix} d_1 & 0 & \cdots & 0 \\ 0 & d_2 & \cdots & 0 \\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots \\ 0 & 0 & \cdots & d_n \end{bmatrix} \]
Todos os elementos fora da diagonal são zero. Nosso objetivo é provar que:
\[ \det(D) = d_1 \cdot d_2 \cdots d_n \]
✅ Caso base: \( n = 1 \)
\[ D = [d_1] \Rightarrow \det(D) = d_1 \]
🔄 Passo indutivo
Suponha que vale para matriz diagonal de ordem \( n \). Vamos provar que vale para ordem \( n+1 \).
A matriz:
\[ D_{n+1} = \begin{bmatrix} d_1 & 0 & \cdots & 0 \\ 0 & d_2 & \cdots & 0 \\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots \\ 0 & 0 & \cdots & d_{n+1} \end{bmatrix} \]
Tem a última linha com todos os elementos nulos, exceto o último: \([0\ 0\ \cdots\ 0\ d_{n+1}]\)
Aplicando a expansão de Laplace pela última linha:
\[ \det(D_{n+1}) = \sum_{j=1}^{n+1} (-1)^{n+1 + j} \cdot d_{n+1, j} \cdot \det(M_{n+1, j}) \]
Apenas o último termo sobrevive: \[ \det(D_{n+1}) = d_{n+1} \cdot \det(D_n) \]
Pela hipótese de indução: \[ \det(D_n) = d_1 \cdot d_2 \cdots d_n \Rightarrow \det(D_{n+1}) = d_1 \cdot d_2 \cdots d_{n+1} \]
🔼 Agora, a matriz triangular superior
Seja:
\[ A = \begin{bmatrix} a_{11} & a_{12} & \cdots & a_{1n} \\ 0 & a_{22} & \cdots & a_{2n} \\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots \\ 0 & 0 & \cdots & a_{nn} \end{bmatrix} \]
Queremos provar: \[ \det(A) = a_{11} \cdot a_{22} \cdots a_{nn} \]
✅ Caso base: \( n = 1 \)
\[ A = [a_{11}] \Rightarrow \det(A) = a_{11} \]
🔁 Passo indutivo
Suponha que vale para ordem \( n \). Considere a matriz \( A_{n+1} \):
\[ A_{n+1} = \begin{bmatrix} a_{11} & a_{12} & \cdots & a_{1,n+1} \\ 0 & a_{22} & \cdots & a_{2,n+1} \\ \vdots & \vdots & \ddots & \vdots \\ 0 & 0 & \cdots & a_{n+1,n+1} \end{bmatrix} \]
A última linha tem todos os elementos nulos, exceto o último. Ao aplicar a expansão de Laplace pela última linha:
\[ \det(A_{n+1}) = a_{n+1,n+1} \cdot \det(A_n) \]
Pela hipótese de indução: \[ \det(A_n) = a_{11} \cdot a_{22} \cdots a_{nn} \Rightarrow \det(A_{n+1}) = a_{11} \cdot a_{22} \cdots a_{n+1,n+1} \]
🔽 E para triangular inferior?
Mesma ideia: aplique a expansão de Laplace pela última coluna, aproveitando os zeros acima da diagonal. O raciocínio se repete com perfeição, e o determinante continua sendo o produto da diagonal.
✅ Conclusão: cofatores, estrutura e beleza
Com a expansão de Laplace pela primeira linha, vimos como a estrutura das matrizes diagonais e triangulares permite que o determinante se revele de forma quase automática:
\[ \boxed{ \det(A) = \prod_{i=1}^{n} a_{ii} } \]
Um resultado elegante, útil, e profundamente ligado à essência das transformações lineares.
💬 E você, já conhecia esse segredo?
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